O Bisfenol A ou BPA é um produto químico encontrado principalmente em plásticos (garrafas, mamadeiras, copos para bebês, entre outros), revestimentos internos de latas de alumínio que acondicionam alimentos e papéis térmicos.
Este já foi associado a diversos problemas de saúde, tais como: obesidade; câncer; doenças cardíacas por exposição repetida ou prolongada; hiperatividade; desregulamento endócrino, já que no organismo de uma pessoa, se comporta de maneira semelhante ao estrógeno, interferindo diretamente no funcionamento de algumas glândulas endócrinas e na secreção de outros hormônios; aumento do risco de disfunção sexual em homens, além de reduzir a qualidade e concentração do sêmen; infertilidade; teratogenicidade.
Mesmo após estas descobertas a substância não era mencionada nas rotulagens dos produtos, o que trazia preocupação ao consumidor, que não conhecia a que níveis estava sendo exposto, já que não foi informado sobre as concentrações do contaminante.
Devido à constatação de que o BPA é significativamente perigoso à saúde humana a substância foi proibida para utilização em produtos plásticos em países como Canadá, Dinamarca e Costa Rica, bem como em alguns Estados norte-americanos. Porém, no Brasil, só foi proibido o seu uso no final de 2011, com prazo até ao final de 2012 para a retirada do produto das prateleiras e estoques.
No entanto, a maior parte dos estudos sempre levantava a questão da toxicidade do Bisfenol A presente nas embalagens do setor alimentício. Tais produtos passam constantemente por variações de temperatura como refrigeração e aquecimento. Como o BPA é uma molécula muito instável, pode ser liberado facilmente dos produtos e com isto há a contaminação.
Foi então que uma nova pesquisa foi desenvolvida, demonstrando que o contato repetido ou prolongado com papéis térmicos, como os usados em máquinas de cartão de crédito ou de emissão de nota fiscal, contamina o corpo com BPA.
O estudo foi feito no Hospital Infantil Cincinnati, nos Estados Unidos, com 24 pessoas. Os voluntários foram orientados a segurar — primeiro com e, depois, sem luvas — recibos impressos em papel térmico durante duas horas seguidas. Os pesquisadores recolheram amostras de urinas dos participantes antes e depois desse procedimento. Segundo o estudo, 83% dos voluntários apresentaram níveis de Bisfenol A na urina antes de segurarem os papéis. Após o contato com o papel sem o uso de luvas, a substância foi detectada na urina de todos eles. Ainda segundo a pesquisa, a quantidade de Bisfenol A no corpo não se alterou após os participantes segurarem os recibos usando luvas. As conclusões foram publicadas nesta terça-feira no The Journal of the American Medical Association (Jama).
“O contágio pelos papéis térmicos é algo pouco estudado e que pode atingir pessoas que têm contato frequente com recibos, como as que trabalham em supermercados, lojas e postos de gasolina”, diz Shelley Ehrlich, coordenadora do estudo.
Segundo a pesquisadora, ainda não é possível saber quais são as consequências clínicas do contato com esses papéis, mas ela sugere que pessoas que manuseiam o material frequentemente usem luvas nitrílicas sempre que possível.
Referências:
Autor indisponível. “Bisfenol A”. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Bisfenol_A>. Acesso em: 27/02/2014.
Autor indisponível. “Recibos de cartão bancário liberam substância tóxica”. Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/pilulas/recibos-de-cartao-bancario-liberam-substancia-toxica/>. Acesso em: 27/02/2014.
Autor indisponível. “Recibo de cartão de crédito pode contaminar o corpo com substância química”. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/saude/recibo-de-cartao-de-credito-pode-contaminar-o-corpo-com-substancia-quimica>. Acesso em: 27/02/2014.