A luta ambientalista

A luta ambientalista

Antônio de Paula, um importante ambientalista, criador da ONG Amigos das Águas do Rio Juruá (AMRJ), faleceu no último dia 30 de junho após sofrer um Acidente Vascular Cerebral.

Antônio era um conhecido defensor do meio ambiente da região, nordestino, chegou a região amazônica pela década de 50, e atuou durante décadas na defesa da segurança e saúde dos trabalhadores além do meio ambiente.

Falecido aos 88 anos, Antônio de Paula teve uma vida longa, muito diferente do cenário de grande parte dos ambientalistas brasileiros. Em 2015 o Brasil foi eleito como o país mais perigoso para a defesa de suas terras ou do meio ambiente, registrando pelo menos 50 mortes de ativistas por madeireiros ou garimpeiros ilegais.

A situação já é conhecida dos ambientalistas brasileiros, de acordo com a Global Witness, entre 2002 e 2013 pelo menos 448 ambientalistas foram mortos no Brasil, o que equivale a quase metade do número total de ambientalistas assassinados no mundo todo.

A história já vem se arrastando a décadas, com casos famosos como o de Chico Mendes (seringueiro e ambientalista) assassinado em 22 de dezembro de 1988, Irmã Dorothy Stang (religiosa norte-americana naturalizada brasileira que trabalhava em projetos de desenvolvimento sustentável e minimização dos conflitos fundiários) assassinada em 12 de fevereiro de 2005 e José Claudio Ribeiro da Silva (seringueiro e ambientalista) que foi assassinado juntamente com sua esposa em 24 de maio de 2011, mesmo dia que o Congresso votava para alteração do código florestal, garantindo anistia para o desmatamento ilegal.

Mas o Brasil não é o único país que sofre com os atentados aos ambientalistas. Honduras, país da América Central, registrou pelo menos 111 assassinatos de ambientalistas entre os anos de 2002 e 2014. Entre os casos mais emblemáticos podem ser citados os nomes de Carlos Antonio Luna López, Blanca Jeannette Kawas e Carlos Escalera Mejía.

Billy Kyte, um dos representantes da Global Witness, afirma que seja em Honduras, no Brasil ou em qualquer outro país, ambientalistas são assassinados, feridos, sequestrados e sofrem os mais terríveis atos de terrorismo por sua luta pelo meio ambiente, grande parte desses atos ocorrendo em plena luz do dia. Reforçando que se falta um papel essencial de autoridades governamentais em apoiá-los e protege-los.

Referências

http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2016/07/morre-aos-88-anos-antonio-de-paula-defensor-do-meio-ambiente-no-acre.html

http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/por-que-ambientalistas-brasileiros-sao-assassinados/

http://www.latribuna.hn/2016/03/04/honduras-registra-111-ataques-ambientalistas/

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